segunda-feira, 17 de janeiro de 2022

Só sei que não foi fácil - BR 135/2022.

Participar da mágica e emblemática BR 135, na Serra da Mantiqueira, correndo 217 Km em estradas de chão, trilhas, pastos, asfalto, paralelepípedos e as tradicionais pedras do Caminho da Fé, jamais será uma tarefa fácil, seja em quarteto, dupla e especialmente para os que se aventuram na categoria solo, verdadeiros monstros alienígenas!! 👽👽

Em mais uma oportunidade, nossa singela Equipe Bsb Parque participou nas categorias solo: Jorge Coentro e Vanderval Rosa; na categoria dupla - 🏃🏃Eduardo e Eurico e na categoria quarteto 🏃🏃🏃🏃- Samuel, Silvestre, Tião e Izaias.
Samuel, Izaias, Tião, Silvestre

Eu só não contava levar 🐄🐄🐄🐄carreira de boi no pasto; pegar chuva torrencial em Andradas; ficar angustiado e sem saber o que fazer no perdido do Izaias e depois me arrastar, caminhando com dores no quadriceps em todas as descidas após a cidade de Estiva, no estilo Jabuti com caimbras!!

A formação inicial do Quarteto Bsb Parque era: Samuel, Silvestre, Tião e Júlio, entretanto, em decorrência de lesão, não foi possível ao amigo Júlio César, estar presente no evento, sendo substituído a altura pelo incansável Izaias Porfírio.
Uma árvore no Caminho

A meu perceber, a edição 2022 da BR 135, foi um tanto quanto diferente das demais edições, por um lado adorei largar nas primeiras horas da manhã, aprovei o sistema de largada escalonado e o revezamento do quarteto desde a largada, todavia, em decorrência do Plano de Contigência, senti a falta daquela atmosfera e energia contagiante que envolve o Staff da BR 135, colaboradores e os competidores, antes, durante e depois da prova, com exceção aos dois pontos de controle em Borda da Mata, onde pude rever o amigo de longa jornada Ari Braga, vida longa guerreiro!!

São João da Boa Vista x Águas da Prata

Pontualmente às 05:30 h do dia 13 de janeiro de 2022, quinta-feira, no Cruzeiro da Serra, São João da Boa Vista - SP, Tião começou a jornada do Quarteto Bsb Parque na BR 135, o planejamento inicial: revezar a cada 2 Km e na Serra do Deus me Livre, revezar a cada 1 Km.

Até ali, 8 Km de prova, teoria e prática coerente!! Show!!
Monumento Cruzeiro da Serra, São João da Boa Vista - SP

Na sequência, no trecho de quase 6 Km, subida para as antenas, o carro apoio não consegue acompanhar o corredor, assim, em mais uma oportunidade, Tião foi o eleito para a missão!!

Só o Ouro!!
Serra do Deus me Livre

Avançamos com o carro apoio - Samuel, Silvestre e Izaias - uma vez que alternamos a função de motorista, ou seja, hora você estará correndo e hora estará de piloto do carro, isso mesmo, piloto do carro, porque o que mais enfrentamos foi lama, chuvas localizadas e pontos críticos no caminho.

Não estava fácil para ninguém!!
Samuel Toledo

Os dois trechos seguintes eram possíveis de apoio e foram percorridos pelo Samuel Toledo e Izaias Porfírio, sem problemas e dentro do planejado.
Quelônio do Cerrado

Coube ao Quelônio do Cerrado, no caso, eu - correr o último trecho para chegarmos na cidade de Águas da Prata, cerca da 9,6 Km, essencialmente em descida, entre pastos de fazendas, trilhas e estradas rurais.

Só não contava levar carreira do boi bandido no último pasto!! - Foi um tiro daqueles, imagina!!

Águas da Prata x Andradas

O Quarteto e a Dupla da Bsb Parque corriam bem próximos, com pequena vantagem para o quarteto, o nível de treinamento de Eduardo e Eurico estavam em outro patamar, mais um incentivo para o time do Capitão Samuel não aliviar na passada, né?

O negócio é organizado patrão!! - A planilha não me deixa mentir!!
Tião e Izaias

A cada transição, aquele SALVE tradicional para motivar o grupo e o fluxo seguia inabalável, com uma dupla mista a nossa frente, diga-se, uma dupla de respeito, pois seguiam firmes e com passada forte!!

Chegamos a Andradas sem maiores problemas, nuvens densas no caminho, avizinhando-se aquela chuva abençoada!!

Andradas x Serra dos Lima

A chuva chegou rapidamente, estávamos na saída de Andradas, alcancei e vesti a capa de chuva, comecei "o trotinho no estilo deixa que eu chuto", a chuva tornou-se torrencial e gelada, a passada demorou a engrenar, passei por trecho de asfalto e terra, o tênis literalmente ficou ensopado, Tião pegou o finalzinho da chuva e o estreante Izaias não pegou sequer uma gota de chuva, seu tênis branquinho estava impecável.

Pode isso produção?

A bagaceira só aumentava, os malucos não paravam, o ritmo seguia harmônico, eis que chegamos a temida subida Serra dos Lima, quando o Capitão do Mato bradou:

- BóOra revezar a cada 300 metros!!

Aí lascou, a conta começou a ficar pesada para pagar no débito!!

Etapa vencida, seguimos sem maiores problemas e um pouco a frente, antes da Pousada da Dona Natalina, chega ao meu lado um Pálio Cinza, com casal de moradores da região e me pergunta: 

- Vai uma Brahma?

- Mais adiante!! (respondi)

Quando chego na transição quem estava lá? ao lado do carro apoio? - O casal do Pálio Cinza!!

Mandei o salve: - Cadê minha Brahma?

Só sei que a danada da latinha estava estupidamente gelada!!

Até ali imaginava que era uma brincadeira, aceitei e guardei na caixa térmica!!

Ademais, que tal ouvir o canto das Seriemas?

Vídeo feito pelo nobre amigo Tião, logo após a subida de Serra dos Lima.

Serra dos Lima x Barra

Hora de saborear aquele macarrão feito com o capricho de sempre pela Dona Natalina!!

Bom demais!!

Vamos em frente porque a temida descida de Barra se aproximava, carro apoio e corredor em alerta máximo!! Ainda bem que o piso estava seco, haviam colocado britas e o Caminho estava bom!!

Escalamos nossa melhor formação para enfrentar a Subida do Sabão: Samuel Toledo de piloto do carro de apoio e Tião correndo. Confesso que nem respirava para não atrapalhar o piloto, sério!!

O negócio é tenso, primeira parte muito escorregadia e a segunda mais seca, todavia, inclinação perversa!!

- Só o Ouro patrão!! Segue o fluxo!!

Barra x Crisólia

Próxima a Crisólia, a chuva chegou novamente, um pouco mais fraca e com menor duração, coloquei a capa de chuva e retirei antes de terminar o trecho de 2 Km, naquele trecho asfaltado.
Tião

Assim que retornei ao carro apoio a resenha era: e o Izaias?

- Não pega chuva porque? - Tem base um trem desse não, só eu e Tião pegando chuva!!

Brincadeiras a parte, naquela altura da prova, Tião e Izaias eram nossas referências, haviam treinado bem, estavam firme e fortes na passada, enfrentavam as subidas com muita energia e por via de resultado, contribuíam sobremaneira com o ritmo do quarteto.

Chegando na cidade de Crisólia, avistamos vários peregrinos percorrendo o Caminho da Fé e um fato me chamou a atenção: além das capas de chuva, eles amarraram sacos plásticos, de supermercados, para proteger o calçado da chuva e da lama.

Crisólia x Ouro Fino

No trajeto para Ouro fino Izaias pediu:

- Quero uma foto no Monumento Menino da Porteira!!
Izaias e o Menino da Porteira
Outro trecho que não tivemos obstáculos e a passada seguia firme e embalada, a ponto do Capitão Samuel Sanduba preparar um baita lanche com pão integral, patê de atum, queijo e salaminho. 

Imaginou?

Confere aí produção!!
Samuel Sanduba

Ouro Fino x Inconfidentes

A cada nova oportunidade que percorro o Caminho da Fé, seja na jornada de peregrinação ou correndo a BR 135, vejo a dedicação das pessoas para torná-lo cada vez mais cativante e acolhedor, construíram a Capela São Judas Tadeu, na entrada da cidade de Inconfidentes - MG.

Capela São Judas Tadeu, Inconfidentes - MG

Inconfidentes x Borda da Mata

Aos poucos, a medida que a temperatura diminuía, o dia cedia espaço para a noite, era o momento de separar coletes refletivos e lanternas de mão e cabeça. A atenção no percurso e nos cachorros redobrava, os outros animais adotavam postura de descanso, tudo parecia adormecer, dava para escutar o silêncio, as passadas dos corredores era ouvida a longa distância.

Separei uma camisa de manga para o período da noite, foquei na recuperação pós esforço, com breves cochilos no interior do carro, descer do veículo somente nos momentos de transição e corrida, ou seja, hora de economizar energia para não faltar no final.

Pretendíamos chegar na tenda montada pela Prefeitura de Borda da Mata antes do anoitecer, para receber as instruções da rota alternativa que os corredores enfrentariam para não passar pelo centro da cidade, conforme o Plano de Contigência adotado.

O fato é que quando chegamos a Borda da Mata já era noite e o desvio seria enfrentado pelo estreante Izaias, seguindo a marcação das fitas azuis, seriam 6 Km até retornar novamente ao trajeto tradicional do Caminho da Fé, logo após o Cemitério da cidade.

Tenso, né?

Borda da Mata x Tocos do Moji

Enquanto Izaias corria, Samuel, Tião e Silvestre faziam contas de quanto tempo seria necessário para concluir o trecho, uma vez que era um percurso desconhecido de todos e com ingrata altimetria.

A rigor, pensamos que 48 minutos seriam suficientes para o guerreiro cumprir a missão.

Chegamos na segunda tenda de controle, instalada após o cemitério e encontramos o amigo Ari Braga, de Taubaté, gente da melhor qualidade, sempre prestativo e esclarecedor dos detalhes de trajeto, suporte e dicas.

Bom demais a prosa!!

O tempo foi passando, o semblante de todos foi modificando, Izaias não chegava, inúmeros pensamentos habitavam a cabeça da equipe e do staff da BR 135, nenhum quarteto, duplo ou atleta solo chegavam na tenda para tentarmos esclarecer o ocorrido com o amigo, momento de extrema preocupação.

No olho do furacão Samuel decidiu avançar com o carro apoio, até a Porteira do Céu, cerca de 7 Km para tentar encontrar o corredor perdido, considerando eventual erro de percurso e retorno ao Caminho da Fé mais a frente do local em que estávamos; diametralmente oposto, Tião sugeriu aguardar, entendendo que se ele havia errado o percurso, uma hora teria que retornar e corrigir o erro.

Confesso que não sabia qual postura adotar!!

O tempo é o Senhor da razão, dito e feito, Tião acertou em cheio, Izaias errou a rota e só percebeu o equivoco bem adiante, cerca de 4,5 Km a frente, ou seja, correu 9 Km de grátis!!

Ohhhhh lasquera!!

Confere o mapa do perdido do Izaias!!
O perdido do Izaias
Quando ele nos encontrou, estava desgastado com tamanho esforço, enfrentou 15 Km no escuro, com subidas e descidas insanas, sem ao menos a hidratação necessária.

Cabuloso!!

Para descontrair o amigo e tirar o peso de seus ombros, sugerimos aquela tradicional foto na Porteira do Céu, subliminar por essência, né?

- Perco o amigo, mas a piada não!!
Izaias na Porteira do Céu

Tocos do Moji x Estiva

Aqui começou meu dilema, já não conseguia correr nas descidas, a musculatura do quadríceps estava literalmente destruída e nas subidas mais íngremes o trote era inviável, a musculatura anterior não respondia adequadamente, só me restava aquele trotinho pé de pano no plano, repito: no plano!!

Os demais integrantes ainda estavam soberanos na corrida e assim, compensavam minha letargia.

Estiva x Consolação

Passamos por Estiva e a cidade ainda adormecia, o sol começava a nascer, o próximo desafio seria a Serra do Caçador e aqueles bloquetes de cimento, instalados naquelas curvas malucas.

Em mais uma oportunidade Samuel Sanduba Toledo determinou: 

- Vamos revezar a cada 500 metros!!

Não teve como, paguei o boleto no crédito, caminhei sem medo de ser feliz, né?

VSL!!

Impressionante era a desenvoltura da passada do Tião e do Izaias, parecia que haviam começado a prova naquele instante!!

- Show!!

Consolação x Paraisópolis

No derradeiro trecho, mente e corpo já não se entendiam, a mente queria ir mais rápida, o corpo queria ir mais lento e ambos tinham a mesma justificativa: falta pouco, você consegue ir mais rápido (mente); falta pouco, melhor ir mais devagar (corpo).

Posso estar equivocado, mas até os incansáveis Tião e Izaias já não rendiam na mesma intensidade de antes, o cansaço era nítido, 24 horas de privação de sono se somavam, as subidas insanas na chegada a Paraisópolis, mais conhecida como Mata Cavalo - davam as boas vindas ao Município.

Naquele instante, minha preocupação seriam as escadas, isso mesmo, as escadas após a prova!!

Isso já te ocorreu?

No resumo da ópera:

Nosso Quarteto concluiu a BR 135 em 25 h e 43 minutos - 3º lugar na categoria.

Os guerreiros Eduardo e Eurico - 29 h 17 minutos - 3º lugar na categoria dupla. 

O monstro alienígena do Vanderval Rosa concluiu os 217 Km em 48 h e 18 minutos.

O monstro alienígena do Jorge Coentro, infelizmente abandonou a prova - DNF.

Forte abraço e nos vemos no caminho!!

Seção eu estava lá!!
Izaias, Silvestre, Jorge, Samuel, Eduardo
Tião, Ari, Ana, Eurico


terça-feira, 21 de janeiro de 2020

Sabiá que voa com João de Barro, amanhece servente de pedreiro!!!

Um dia vou aprender a não cair nas ciladas do amigo Samuel Toledo!!!
Após minha oitava Comrades Marathon, no dia 09 de junho de 2019, na África do Sul, a convite do amigo Samuka, corremos em dupla, os 100 Km do Desafio do Frio - Garanhuns x Caruaru, no dia 04 de agosto do ano passado.

Na sequência, embalado pelos treinos, fui lá em Florianópolis, na companhia da "alma gêmea guerreira - Marileusa Ferreira" para correr no dia 25 de agosto de 2019, os tradicionais 42 Km da Maratona de Floripa e os 21 Km da Meia Maratona.
O passaporte para a 95ª Comrades Marathon estava carimbado com o tempo de 3 horas e 29 minutos - Gate "C".

Hora de zerar o setup, diminuir os treinos de corrida, ajustar os treinos de bike para o final de ano e aguardar a divulgação da lista Team Unogwaja Challenge 2020, um sonho de longa data.
Não me recordo a data, sei que o anúncio do Unogwaja estava prestes a sair, quando recebi o convite do Samuel Toledo para enfrentar em quarteto os insanos 217 Km da BR 135 - edição 2020.

O amigo da onça, ele mesmo!!! me apresentou o nome dos demais que aceitaram o convite: Marcos e Tião, duas feras e parceiros de outras jornadas de corrida. Bom demais!!!
Samuel, Silvestre, Tião e Marcos
De início, comentei que no mês de janeiro não estaria com treinamento adequado para enfrentar os 33 Km iniciais (obrigatórios para a equipe) e depois os trechos alternados que somaram + 39 Km, resultando em 72 Km, subindo e descendo morros na Serra da Mantiqueira.

Até aqui, você não viu nada, não imagina o que tínhamos pelo Caminho da Fé - então, vou contar!!!

Na largada da prova, como praxe, hora de rever amigos conquistados a custa de muito suor, incontáveis fotos, semblantes preocupados, rostos alegres, olhares no infinito, garrafas de água nas mãos, ajustes nas armaduras de guerreiras e guerreiros.

Estávamos novamente na Ultramaratona das Montanhas!!!
largada BR 135 - 2020
As 10 horas da manhã do dia 16 de janeiro de 2020, a largada foi realizada e uma verdadeira procissão de carros e pessoas era vista na estrada velha, em direção a Serra do Deus me livre!!!
Estrada Velha
Só de ouvir o nome da serra já fico apreensivo, o negócio é pesado para quem faz quarteto, imagine para os amigos de Brasília e Goiânia:

Eduardo Rodrigues - Solo 136 Km em 23h 29min;
Eduardo Rodrigues
Vanderval Roza - Solo 217 Km em 56h 36min;
Vanderval Roza
Wilson Bomfim - Solo 217 Km em 56h 43min;
Wilson Bomfim
Jorge Coentro - Solo 217 Km em 35h 07min.
Jorge Coentro
Só gente bruta!!! Vai vendo!!!

No resumo da ópera, sofremos para concluir os 33 Km iniciais, asfalto, terra, trilha, sol forte - todavia, nosso carro de apoio estava pronto para nos auxiliar nos aspectos de hidratação, suplementação e algumas guloseimas. Bom demais!!!
carro de apoio
Na cidade de Águas da Prata, nossa primeira parada para alimentação - você come o que é possível para se manter firme, ademais, no decorrer do caminho, vai se virando com algumas iguarias e bebidas do carro de apoio.
A estratégia do Quarteto BSB PARQUE: cada integrante correria 2 Km e descansaria os 6 Km seguintes.

Passamos pela cidade de Andradas - Samuel degustou um delicioso hambúrguer; Marcos e Tião se programaram para o macarrão da Dona Natalina; no meu caso era banana, melão, paçoca, água, gatorade, soro de hidratação, pão integral com queijo, presunto e salame - oloko!!!
hora do lanche!!!
Nuvens assustadoras nos aguardava na subida da Serra dos Lima e não demorou muito para enxergarmos raios no meio da Serra da Mantiqueira, pouco mais a frente, uma chuva cabulosa obrigou o carro de apoio a seguir pelo desvio, evitando a Subida do Sabão, ponto de tormento para os desavisados.

Em medida de cautela, o carro de apoio seguiu pelo percurso alternativo, entretanto, nos perdemos e a tarefa de retornar ao Caminho da Fé rendeu uma volta enorme de mais de 40 Km. O sofrimento!!!

O monumento ao Menino da Porteira, em Ouro Fino, foi nosso ponto de referência e dali, voltamos no percurso para substituir o amigo Marcos, próximo a entrada da cidade de Crisólia - 15 Km de corrida para o guerreiro!!! Eita cabra bom!!!

A noite avançava, nosso rodízio de atletas seguia bem ajustado, as ruas da cidade de Inconfidentes estavam vazias - naquele local lembrei-me do DNF na única oportunidade que tentei a BR 135 na Categoria Solo, pois foi ali que abortei a missão!!! Quero lembrar mais disso não!!!

Borda da Mata se aproximava - nada diferente acontecia em nosso trajeto, os integrantes do Quarteto BSB PARQUE, corriam os 2 Km e descansavam os 6 Km seguintes. Na praça da cidade, frente a Igreja Matriz, ficamos sabendo que havia em nossa frente: um Quarteto, com 3 horas de vantagem; uma dupla com uma hora de vantagem e um gigante... repito: gigante Leonardo Sant Anna da categoria solo, também com uma hora a frente.

Penso que a notícia da vantagem de 3 horas daquele outro quarteto nos retirou a ousadia e o entusiasmo, pois dali em diante, alternamos corrida e caminhada, o que não vinha acontecendo antes.

A noite cedeu espaço para o dia quando passamos por Tocos do Moji - nada diferente acontecia a não ser a Subida da Porteira do Céu, eita lasquera!!!

Na cidade de Estiva, cometemos erro imperdoável na estratégia: nós quatro, resolvemos tomar café da manhã na padaria que fica ao lado da Pousada Poka, o atendimento demorou bastante e um dos carros de apoio do quarteto que vinha atrás - GRAE Team, chegou na praça da cidade.

Sem sombra de dúvidas, aquela informação foi substancial para a equipe adversária, que no final da Serra do Caçador nos alcançou e desencadeou disputa frenética pela segunda colocação.

A disputa ficou acirrada, ninguém queria ficar para trás - era tiro, porrada e bomba!!!

Se me perguntarem como foi nossa passagem pela cidade de Consolação, vou responder: não me lembro!!!

Confesso que fiquei surpreso de ver os 8 atletas - 4 de cada equipe GRAE Team e BSB PARQUE- correndo com aquela intensidade após 180 Km de revezamento.

Por vezes, registramos ritmos na casa de 4 minutos/Km, independente do terreno, se subida, plano ou descida.

A sorte estava lançada e nenhuma das duas equipes queria ficar para trás!!!
Samuel Toledo
Eis que o Capitão da BSB PARQUE  me solta a seguinte pérola: - agora vai ser na base dos tiros!!!

Nós três - Tião, Marcos e Silvestre, ponderamos que não seria possível e que corríamos o risco de ficar travados no final da prova.

Os argumentos não foram suficientes para demovê-lo da insanidade dos tiros e assim foi - tei, tei, tei!!! só pipoko!!!

E não é que o infeliz acertou!!! - Na passada louca do Samukinha, fomos abrindo vantagem e num passe de mágica, chegamos a Praça da Igreja Matriz de Paraisópolis.
Quarteto BSB PARQUE - 2ª colocação - 27h 28min
Simplesmente inacreditável o poder da ADRENALINA!!! Missão concluída em 27h 28min!!!

Não tenho adjetivos para mensurar aquela Maratona entre Estiva e Paraisópolis, juro!!!
Tiao, Eduardo, Samuel, Marcos - Silvestre e Bomfim
Os amigos que seguiam na categoria solo - Eduardo Rodrigues, Jorge Coentro, Vanderval Roza e Wilson Bomfim, gradativamente foram superando suas provas com muita fibra e determinação. Parabéns guerreiros!!!

Quanto ao título da resenha: é a mais pura verdade!!!

Forte abraço e nos vemos no caminho!!!

Dionisio Silvestre

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segunda-feira, 24 de junho de 2019

Pedala Pesado no Caminho de Cora Coralina.

Fico extremamente alegre e conformado, quando comparo o meu grau de insanidade com o de velhos e novos amigos. Vai vendo!!!

Imagine você, viajar 3.436 Km (de avião) + 126 Km (de van) + 300 Km (de bicicleta).

Somou? - Agora multiplique por 2 (ida e volta) para começar a compreender o que narrei no primeiro parágrafo desta resenha.

Neste feriado de "Corpus Christi" - 20 de junho de 2019 e nos dois dias seguintes - sexta e sábado; o grupo de amigos Pedala Pesado - Alisson, Rita, Silvio, Geane, Rodrigo, Luciana, Osvaldo, Rúbia, Sebastião e Luiz - da cidade de Manaus, Amazonas, pedalou pelas estradas, trilhas e armadilhas do Caminho de Cora Coralina - Anna Lins dos Guimarães Bretas.

Não, você não está enganado - escrevi armadilhas e com o passar da leitura você compreenderá!!!
créditos: Marileusa Ferreira
Os preparativos para a aventura, desafio, jornada de autoconhecimento, celebração da vida, agregação de pessoas e sei lá quantos outros predicativos que a bicicleta nos proporciona - iniciaram com as conversas entre dois camaradas: Ronei (Brasília) e Alisson (Manaus).

Quando eles se conheceram, descobriram uma paixão em comum: a bicicleta!!!

Na ocasião, acertaram, diga-se: de maneira ardilosa, verdadeira cilada para seus respectivos grupos de pedal - Pedala Pesado (Manaus) e Trilheiros do Cerrado (Brasília).
Run Bóra pegar a estrada!!!
Meu Deus!!! - Comecei o texto e já ia esquecendo que os Trilheiros do Cerrado: Ronei, Erverson, Léo, Sérgio, Antônio Prudêncio, Gustavo, Wallysson, Silvestre (eu) Rafael e Rafael Azevedo, compartilharam o Caminho de Cora Coralina no decorrer daqueles dias.
Não menos importante, a alma gêmea guerreira Marileusa Ferreira, esteve presente nos auxiliando em um dos carros de apoio, ajudando a todos, na medida do possível e quiçá do impossível, especialmente nos momentos onde a fome e a fadiga física assolava os peregrinos.

No quesito logística de transporte, contamos com a sempre eficiente colaboração do nobre amigo Carlão, da Fofão Cicloviagens -  (61) 98282 9681 - pelo que deixo nossos agradecimentos!!! 




A cidade de Corumbá de Goiás foi nosso ponto de partida, tendo a maioria dos peregrinos optado pelo pernoite na Pousada Gaúcho's - Rua Bagagem, 17 - Telefone (62) 3338 1459 - ao custo de R$ 50,00 (cinquenta reais) por pessoa.
Pousada Gaúcho's - (62) 3338 1459 - Rua Bagagem, 17.
1º dia - 132 Km - Corumbá de Goiás, Pirenópolis, Caxambu, Radiolãndia, São Francisco de Goiás.

Às 05:30 horas, do dia 20 de junho de 2019, quinta-feira - nos reunimos com aqueles que pernoitaram em Brasília, para saborear aquele delicioso café da manhã, na Panificadora Avenida, regado a café, pingado, muita tapioca com queijo e presunto, pão com manteiga e o inesquecível: "pão com ovo". Simplesmente inspirador!!!
Avenida Engenheiro Roberto Muller, 686 - Centro - (62) 3338 1433
Erverson, Silvio, Geane, Alison, Rita, Osvaldo, Rúbia e Sebastião
Começamos a empreitada pouco tempo depois, por volta de 06:30 h, em frente ao Pórtico do Caminho de Cora Coralina. Neste aspecto, fiquei na dívida com o casal Silvio e Geane, pois havia dito que o ponto de partida embora rústico, era bacana para uma foto de partida, ledo engano, pois o que vimos foi um equipamento judiado pelo tempo, sol e chuva, sem qualquer manutenção.
créditos: Rafael
No início do texto comentei sobre armadilhas e ciladas, lembra? - Pois bem, não sei ao certo se armadilha ou cilada, mas o primeiro a cair, literalmente, foi o guerreiro Osvaldo, em trecho íngreme, com bastante cascalho, ainda dentro da cidade de Corumbá de Goiás.

No linguajar ciclista: comprou e escriturou o terreno!!! Bom demais!!!

O episódio foi tão rápido, mas tão rápido, que não foi possível registro fotográfico e prontamente o combatente já estava no seu posto, ops!!! eu quis dizer: pedalando novamente!!!

créditos: Gustavo
Agrupados, seguimos adiante, tendo a meta de transpor a Serra dos Pireneus e chegar o mais breve possível a Pirenópolis, pois naquele primeiro dia havia algo maior que 130 Km para serem superados.
Gradativamente, a turma foi se dispersando pelo percurso, os dinossauros do pedal mais a frente, os conservadores sempre conservadores, os menos experientes, iniciantes e receosos pedalando com extrema cautela e sabedoria.

Nesta atmosfera, o dia foi avançando, o cenário cada vez mais deslumbrante nos impunha paradas para aqueles registros fotográficos.
Serra dos Pireneus
No mês de novembro do ano passado, os Trilheiros do Cerrado haviam percorrido o Caminho de Cora Coralina, cerca de seis meses após sua inauguração; sendo que, naquela ocasião, as marcações estavam impecáveis, digamos vivas, diferente desta oportunidade, apagadas  e desgastadas.

o resultado prático da sinalização deficiente: erros constantes de percurso, exigindo extrema atenção de todos, tanto os que já conheciam a rota, quanto os marinheiros de primeira viagem!!! - Ops!!! ciclistas de primeira viagem!!!
créditos: Ronei
A imagem acima foi captada no mês de novembro do ano passado pelo nobre amigo Ronei, todavia, por opção de celeridade, não foi possível passar pelo local novamente.

A hora do almoço se aproximava quando os dinossauros do pedal chegaram a cidade de Pirenópolis e logo encontraram os dois carros de apoio, conduzidos pelo Alisson e Marileusa.
Luciana, Rúbia, Rita e Marileusa
O guerreiro Rafael, em um misto de fome e vontade de retomar o giro do pedal, tentou agilizar os procedimentos, não tirou o pé do clip, acreditando na sua destreza, habilidade e equilíbrio encima da magrela. Ohhhh coitado!!! deitou na calçada abraçado com sua bicicleta, levantando os braços sem saber o que havia acontecido!!!
lote comprado e escriturado no Centro de Pirenópolis
Enquanto isto, os conservadores se aproximavam da cidade, os receosos e iniciantes administravam o cansaço extremo e a falta de experiência em pedalar no Cerrado do Planalto Central, ou seja, tudo seguia sob controle!!!

Na árdua tarefa e na medida do possível, a Equipe de Apoio - Alisson, Marileusa e Carlão, buscavam acompanhar as diferentes dinâmicas de progressão no terreno, todavia, tratando-se de 20 (vinte) ciclistas, nem sempre é possível suprir todas as demandas de forma imediata.

O próximo desafio: enfrentar a Serra de Caxambu - subida e descida, até nos reencontrarmos novamente com a equipe de apoio na comunidade de Caxambu. Nesta altura do campeonato, conscientes e serenos, guerreiras e guerreiros encerravam sua participação no primeiro dia de batalha.

Sucedeu acontecimento inesperado naquele primeiro dia com o amigo Erverson - Diretor Presidente dos Trilheiros do Cerrado, quando passávamos por uma trilha bastante técnica nas cercanias de Pirenópolis, caiu e lesionou a região que envolve as costelas, todavia, continuou na brincadeira!!!
Erverson
Na comunidade de Caxambu, os dinossauros e conservadores se reagruparam na esperança de encontrar o suporte necessário - alimentos e equipamentos noturnos para o restante da cicloviagem, entretanto, a notícia não era alvissareira: - a equipe de apoio já havia seguido para Radiolândia.

Puts!!! - Que M.

Sem outras alternativas, encampamos a tarefa de chegar a Radiolândia ainda com a luz do sol e missão dada tem que ser missão cumprida. No meio do caminho, próximo ao pequeno vilarejo, nos deparamos com aquele Brasil quase esquecido, com tradições históricas e seculares do interior goiano.

No vídeo acima e na imagem abaixo, o colono regressava das festas do 24º Festival do Carro de Boi, realizado no período de 20 a 23 de junho de 2019.
24º Festival Carro de Boi - Radiolândia
Em Radiolândia, nos alegramos ao avistar o amigo Carlão e sua inseparável van de transporte!!! Bom demais!!!

Novamente, nos reagrupamos num pequeno estabelecimento, comemos e hidratamos!!!

Na hora do check list dos equipamentos - 4 lanternas para 6 dinossauros!!!

A noite chegou, fria e sorrateira, escondendo a já deficiente sinalização!!!

Ademais, as baterias dos equipamentos se exauriam numa velocidade absurda e o receio de ficarmos perdidos aumentava!!!

Foi quando o amigo Rafael profetizou: - Run Bóra que dá certo!!! tenho baterias extras, vamos seguir o wikiloc, tenho aqui outras luzes alternativas!!!

Pensei: - Caracoles, o camarada é autosuficiente!!! VSL!!!

E assim foi, seguimos irmanados, um cuidando do outro, sem se desgarrar, velocidade de cruzeiro controlada, até o amigo Erverson comentar que havia visto Cora Coralina no caminho, vestida de branco. Acreditei que seria efeito colateral do remédio que tomou para conter as dores, após o tombo que havia levado.

É isso mesmo produção?
Cora Coralina vestida de branco? - Vai saber!!!
Só sei que: - Não querendo aferir se aquilo era verdade ou mentira, os dinossauros apressaram a passada e logo, logo chegaram ao Hotel Cruzeiro de São José, Rua São Pedro, Quadra 1, lote 1 - (62) 99382 4125, na cidade de São Francisco de Goiás, ao custo individual de R$ 55,00 (cinquenta e cinco reais).

Resumo da Ópera: Entre mortos e feridos todos escaparam!!! primeiro dia concluído, hora de tomar um belo banho, tirar a poeira da carcaça (e põe poeira), providenciar aquela jantinha básica e dormir!!! - eu disse dormir!!!

2º dia - 90 Km - São Francisco de Goiás, Jaraguá, Serra de Jaraguá, Vila Aparecida, Alvelândia, Palestina, Itaguari.

Hotel Cruzeiro de São José, São Francisco de Goiás
Após o café da manha, por volta de 08:15 h, reiniciamos a jornada com céu azul e com o astro rei demonstrando toda a sua intensidade. O trecho inicial é percorrido em rodovia asfaltada, cerca de 8 Km e depois virando a direita na estrada de terra.
aí gosta de melancia!!!
No mesmo desenho do primeiro dia, havia 3 grupos: dinossauros, conservadores e os sábios de plantão - esses últimos, permaneciam juntos e misturados, todavia, respeitavam suas capacidades físicas individuais, pedalando o suficiente para sentir a sinergia e atmosfera que nos envolvia.
A polêmica Ferrovia Norte Sul
Na altura do Km 25, aproveitei que dinossauros e conservadores estavam juntos para explicar como seria a Missão Serra de Jaraguá, com subida extremamente técnica e descida insana. Na linguagem popular, dizem que uma imagem vale mais do que mil palavras.
Missão Serra de Jaraguá
A guisa de ilustração, o gráfico seguinte representa a amplitude altimétrica no segundo dia do Caminho de Cora Coralina, confira a intensidade da subida e da descida.
Oito guerreiros cumpriram a Missão Serra de Jaraguá, para se encantar com o cenário de cinema nos dois mirantes ao longo da subida, simplesmente espetacular!!!
Mirante 1
Mirante 2
Ronei, Wallison, Erverson, Osvaldo, Sebastião, Luiz, Prudêncio
eu estava lá!!!
Após o cumprimento da missão, retornamos pelo mesmo caminho até alcançar a bifurcação de acesso para a Vila Aparecida, onde encontramos Carlão e Alisson nos dois carros de apoio, que ao tempo em que nos assistiam, também ajudavam outro grupo de ciclistas.

A notícia maravilhosa: - Se quiser almoço, tem comida pronta na casa da Dona Bilú!!! 10 Km a frente, na cidade de Alvilândia!!!

Faminto, o Quelônio do Cerrado (eu) sentou a marreta no pedivela e pouco tempo depois, aportou na casa da folclórica Dona Bilú, uma senhorinha da cidade de Alvelândia, 67 anos, pouco mais de 1,50 metros de estatura.

Naquela prosa característica do interior goiano, nos foi dito que Dona Bilu era viúva de 4 maridos!!!

Prosa suficiente para a pérola (leia-se: frase) do nobre amigo Sebastião, que declinou daquele almoço, pois de bôbo só tem a fala e o caminhar: 

A pérola do Sebastião: - O segredo é a comida!!!

Sonoras gargalhadas aqui até 2052!!!

Almoço concluído, enquanto os guerreiros da Missão Serra de Jaraguá chegavam na casa da Dona Bilú, apressei os procedimentos e juntei-me ao outro grupo, reiniciamos o giro do pedal, junto com o pessoal de Uruaçu. O Por do sol nos proporcionou imagens únicas naquele final de tarde e a tarefa se tornou um pouco menos árdua.



Assim, diferente do ocorrido no primeiro dia, avizinhava-se a conclusão daquela meta e com o dia claro, o Posto Califórnia, que fica próximo a rotatória de acesso a cidade de Itaguari, já podia ser visto. Bom demais!!!
Nosso destino: Tonaco Hotel, na cidade de Taquaral de Goiás, que fica na Avenida Faustino Lino de Araujo Quadra 09, lote 03 - (62) 99485 8032, ao custo de R$ 50,00 (cinquenta reais) por pessoa.



O jantar, especialmente preparado para nosso grupo, foi servido pelo hotel por volta de 20:00 horas, no valor de R$ 15,00 (quinze reais) valor individual.

3º dia - 90 Km - Itaguari, São Benedito, Calcilândia, Ferreiro, Cidade de Goiás.

Na programação inicial, o café da manhã seria servido a partir das 06:30 horas e as 07:30 horas ocorreria o deslocamento da van de transporte para o ponto de partida do terceiro e derradeiro dia de peregrinação: Posto Califórnia, Itaguarí, GO.
créditos: Marileusa Ferreira
Teoria e realidade discrepantes pois não havia sido observado a tradicional manutenção dos equipamentos, com limpeza e lubrificação da relação - frise-se: a relação das bicicletas!!! que a seu turno, consumiria preciosos minutos!!!
créditos: Rafael
No mesmo modelo dos dias anteriores, seguimos agrupados até encontrar o Caminho de Cora Coralina com suas demarcações características.

Caramba, ainda nem terminei o texto e já começo a sentir saudades daqueles momentos únicos, de parcerias, desafios, traquinagens, gargalhadas e sufoco em algumas ocasiões, enfim - tudo de bom!!!


Voltando ao que interessa: - Havia pela frente, no meu juízo de valor, o trecho de maior dificuldade, com muitas porteiras, transposições de pastos, grutas e até o Pântano do Ronei (aquele que destruiu a serenidade do amigo no ano passado).
Contraditoriamente, também havia paisagens inesquecíveis para desfrutar enquanto o pedal seguia.
Misturei as estações por aqui, pois antes disto acontecer, a cidade de São Benedito era o ponto de referência inicial, cerca de 26 Km do ponto de partida do derradeiro dia, ou seja: a parte inicial seria suave na nave!!!

Igreja de São Benedito
O dia seria verdadeiramente tenso para nossa equipe de apoio, uma vez que o trecho intermediário se torna inacessível para todo e qualquer tipo de veículo, sendo a cidade de Calcilândia, o marco balizador para o apoio substancial - ou seja, o que foi programado, foi realizado.
Bar Cowboy - Calcilândia
Recorda-se das armadilhas e ciladas? - Então!!!

Nesta segunda oportunidade que passo pelo Caminho de Cora Coralina, logo após transpor a Fazenda Ouro Fino, me deparei com uma espécie de bar, com aquela mesinha de sinuca, dois jogando, outro assistindo, o proprietário e os dois cachorros.

Já ia passando, quando repentinamente resolvi retornar para comprar água e gatorade.
Fazenda Ouro Fino
Não sei ao certo se coincidência ou destino, mas me bastaram cinco minutos de prosa para descobrir que aquele vai e vem dentro do pântano, não era tão somente obra do acaso, era obra de gente que gostaria de testar a fibra do peregrino, de quem queria minar a resistência física e mental daqueles que se atrevem a passar pelo caminho, de gente que solidifica as conquistas por meio de muito suor, de gente traquina e abusada.
Ouro Fino
Reza a lenda que aquilo é obra do proprietário da própria Fazenda Ouro Fino, que antes de autorizar a passagem dos peregrinos, desenhou o trajeto que não guarda coerência. Juro que essa é a estória que corre na boca miúda pela região!!!

O trecho final do dia seria extremamente técnico, com descidas insanas e perigosas, passando pela Comunidade de Ferreiro, de tal sorte que não se pode descuidar com o cascalho solto.
Ferreiro
Aos poucos a Cidade de Goiás era alcançada pelos integrantes dos dois grupos: Pedala Pesado (Manaus) + Trilheiros do Cerrado (Brasília) e naturalmente, aquelas bicicletas sujas contaminavam a Praça do Coreto.

Naquela mesma noite, a título de confraternização, nos foi oferecido um belo churrasco na Fazenda do casal Dr. Rios e Drª Maria Lúcia, onde a tradicional resenha avançou pela noite.
No clima da Fazenda
Para encerrar, gostaria de parafrasear dois comentários especiais que circularam no "zap zap" e que demonstram o caráter e a visão que temos sobre eventos semelhantes, estilo ciclo viagem.

Alisson Manaus
"Uma boa viagem é aquela em que você conhece novos lugares e também conhece melhor a si mesmo. A cada ciclo aventura tenho a certeza q nasci para compartilhar e fazer isso. Vejo no rosto, nos atos, nas palavras, que todos temos os mesmos objetivos, que é se divertir e agregar alegria nesses caminhos (que no de Cora Carolina é muito técnico).
Agradeço primeiro a Deus que deu tudo certo. Agradeço a cada um que participou com bravura, determinação, raça, alegria e parcerias. Em especial a nossa Marileusa e Carlos q deram show no nosso apoio. Espero e em breve estejamos juntos compartilhando novas aventuras e maluquices. Tenham todos um perfeito dia e uma semana repleta de sucesso."

Wallyson Brasília
"Gostaria de dedicar um carinho especial a Família do Dr. Rios que nos acolheu na Fazenda e sempre está de portas abertas para nos acolher. Que recepção, o próprio anfitrião nos acolheu, nos serviu e providenciou tudo para não faltar nada. Obrigado."
Forte abraço a todos e nos vemos no caminho!!!

Dionísio Silvestre


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